sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Décadas da moda: A virada do século

A década de 1890 reviveu a de 1830 e a moda do século XX, até o final da Primeira Guerra Mundial, em nada se diferenciou da moda do século XIX.


"...no inicio do século XX a Europa vivia uma intensa transformação de valores e costumes, ninguém mais do que Paul Poiret soube enxergar o que esta nova época desejava em matéria de vestimenta. Com apenas 24 anos, Poiret abriu sua própria Maison. Inspirados pelos Balés Russo e pela atmosfera Oriental, realizou roupas que mudaram a silhueta feminina e a História da Moda. Em 1906, um vestido marcou a nova silhueta, não mais apertada, espremida pelo espartilho. Poiret ficou conhecido por liberar as mulheres desse incomodo acessório. Para a mulher que precisava usar todos os dias o apertado espartilho, foi uma revolução (POLLINI, 2007).


A influência oriental na moda de Poiret é evidente. O mestre inspirava-se também no folclore e na história. Os tecidos são finos e delicados. Poiret gostava de utilizar seda e cetim, finas musselinas, bem como tecidos tipo véu e tule. Além do mais, as suas criações eram um verdadeiro festival de cores: vermelho e cor de rosa brilhante, verde e amarelo, por vezes, alguns tons intensos de castanho, isto numa época em que as senhoras se costumavam vestirem tons discretos com a cor de malva, o cinzento e o azul (LEHNERT, 2001).


As feministas decretam o fim do espartilho. A guerra e a urbanização pedem roupas mais práticas e de volume menor: saias no tornozelo e botas de cano alto.


Até 1914 a moda manteve-se estática. Mas, depois disso, com o advento da Primeira Guerra Mundial, as sufragistas, as epidemias, o desastre com o Titanic e a popularização do cinema mudo, o mundo se transformou, gerando reflexos na moda.


Nessa época surgiu o soutien, criado por Mary Phelps.
A Primeira Guerra Mundial veio provocar um corte em todos os movimentos artísticos, e não apenas na moda. Tal como os escritores e os pintores, também muitos estilistas forma mobilizados ou alistaram-se voluntariamente (LEHNERT, 2001).


Durante a Primeira Guerra, as mulheres tiveram de assumir trabalhos que antes eram exclusivamente desempenhados por homens, o que impulsionou de certa forma uma nova postura da mulher. E ainda, o Jazz, o Charleston e as novas descobertas cientificas (que encorajavam a pratica de esportes e passeios ao ar livre) contribuíram para, de repente, a moda dar um pulo: subitamente, a silhueta mudou, o cabelo mudou, a altura das saias mudou, os costumes mudaram. Foi um período de retumbante liberdade, e para as mulheres, uma redescoberta: a silhueta passou a ser tubular, e a cintura, os quadris e os seios não eram mais evidenciados, ao contrário, eram utilizadas cintas e malhas que “igualavam” a silhueta.



(1) Vestido longo com cintura alta, chapeu de aba larga com laço na frente. Look de 1910

(2) Dolmã manto com gola de pele de mink
(3) Traje de noite em estilo oriental, com painel traseiro de veludo negro terminando em cauda sobre saia pegtop drapeada e, nas mãos, leque de plumas de avestruz
(4) Painel de estampas geométrica
(5) Motivo floral com arabesco
(6) Bolsa de veludo bordado
(7) Detalhe de franja
(8) Estampa geométrica
(9) Peliça curta
(10) Bota patente de 1916
(11) Chapeu sailor esporte de palha negra
(12) Slipper



Um resumo básico:
Nessa época acontece a volta da silhueta feminina natural e mulheres adotam um traje bem simples e discreto para o dia-a-dia (resultado das dificuldades por conta da Primeira Guerra Mundial). Paul Poiret resgata o estilo império e oriental, sugerindo vestidos e casacos com cintura alta, versões de quimono, painés traseiros orientais, e dólmãs debruados por peles. Presença de cores vivas, comocereja e vermelhão.
@Girlbemvestida

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